Vascina preventiva da Leishmaniose

Por Vivi Vieri

Vacina não deixa cão POSITIVO!!! Já foi dito tantas vezes….Vacinas devem ser vistas como um meio de prevenção importante, assim como os repelentes.
A vacina Canileish foi tão aplaudida na Europa, foi vista como um arma a mais para prevenir a doença, aqui no Brasil prevenção é coisa rara e ainda criticam…

http://www.camara.gov.br/internet/radiocamara/default.asp?lnk=SAIBA-MAIS-SOBRE-O-CONTROLE-DE-ZOONOSES-0840&selecao=MAT&materia=129411&programa=132

Resumo
Na reportagem de hoje, vamos saber um pouco mais sobre o controle de zoonoses, doenças que podem ser transmitidas a humanos direta ou indiretamente por animais.
Gatos são seres independentes, que prezam sua privacidade acima de tudo. Cães são mais apegados às pessoas. Gostam de contato constante com os humanos e detestam estar sozinhos. Mas os dois gostam de liberdade. O problema é que a liberdade, em uma grande cidade, pode significar risco, não só de sofrer acidentes, mas também de contrair doenças. É por isso que levar os cães a um local onde possam brincar é muito importante para que eles não desejem sair por conta própria.

Quanto maior o número de animais nas ruas, maior o risco de expansão de doenças como a leishmaniose visceral. A doença é causada pelo protosoário Leishmania Chagasi e é transmitida pelo mosquito flebótomo. Esse mosquito tem um vôo curto e baixo. É por isso que os cachorros, que andam mais próximos do chão, são mais afetados pela doença do que os humanos.

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maerovich, alerta para o fato de que a doença vem avançando em outras áreas do país.

“A doença vem se expandindo, ela, há alguns anos atrás, era praticamente restrita à região Nordeste, isso coisa de 20, 25 anos atrás, mas de lá para cá, houve uma expansão muito grande especialmente para as regiões Centrooeste e Sudeste, atingindo inclusive algumas cidades importantes do estado de São Paulo, do estado de Minas Gerais, do estado da Bahia… “

Embora não haja cura para a leishmaniose, existem no mercado duas vacinas para prevenir a doença em cães. Embora tenham sido liberadas pelo Ministério da Agricultura, órgão responsável pelo licenciamento de medicamentos veterinários, a vacina não é recomendada pelo Ministério da Saúde. Cláudio Maerovich explica os motivos:

“A experiência anterior que havia, até a própria experiência internacional, é com vacinas de eficácia relativamente baixa. E aí o que acontece? O cão é vacinado e o exame dele, por causa da vacina, passa a ser positivo para anticorpos contra o agente da leishmaniose. No entanto, essa positividade, ou seja, essa reação de defesa do cão, pode não ser suficiente para que ele não seja portador da leishmania. E aí, numa localidade onde a presença da doença em humanos é alta e se faz o inquérito entre os cães, se houver cães vacinados, não se sabe se o exame é positivo porque o cão tem a doença ou porque ele tomou a vacina.”

Cláudio Maerovich afirma que o Ministério da Saúde promove uma série de ações para o combate das principais zoonoses, como campanhas de esclarecimento junto à população e as campanhas para a vacinação antirrábica em todo o país. No entanto, segundo ele, o Ministério da Saúde continua avaliando que o sacrifício dos cães infectados pelo protosoário da leishmaniose é a melhor forma de controlar a expansão da doença.

“A experiência que tem tido no Brasil, inclusive aqui em Brasília, é de que se consegue a interrupção da cadeia de transmissão com essa estratégia. Aqui em Brasília mesmo, nós tivemos vários casos alguns anos atrás, que foi um episódio que mostrou a presença da doença, e esse ciclo foi interrompido com a estratégia de sacrifício dos animais infectados.”

Quanto à possibilidade de tratamento da leishmaniose em cães, como é feito nos humanos, Cláudio Maerovich discorda da prática e diz que não se pode garantir, ou ter a expectativa, da eliminação do papel desse cachorro como reservatório que mantém o ciclo da doença.

Mas como explicar a alguém que trata seu animal de estimação como membro da famíla que seu cão é um reservatório de uma doença letal? Ou será que o cão pode ser chamado de reservatório da leishmaniose, mesmo morrendo por causa dela? É o questionamento que fazem muitos médicos veterinários no Brasil. Em seu último congresso, a Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais, Anclivepa, divulgou uma carta na qual recomenda o tratamento da leishmaniose visceral canina e condena a posição do Ministério da Saúde em favor da eutanásia. A diretora científica da regional da Anclivepa no Distrito Federal, Simone Bandeira, explica a posição da entidade:

“A leishmaniose não é uma doença brasileira. É uma doença mundial. E no mundo inteiro, os cães com leishmaniose são tratados. Só no Brasil existe essa política de eutanásia, que, já está mais do que provado, é ineficaz como meio de controle da doença. Porque se você não combate o vetor da doença, que é o mosquito, o cão é tão vítima quanto o homem. Então você sacrificar os cães e não fazer o controle adequado do mosquito, não vai nunca surtir efeito para que a doença não avance na população humana.”

A médica veterinária rebate a posição do Ministério da Saúde de que o cão tratado não consegue deixar de ser transmissor da doença.

“Consegue sim. Se não conseguisse, não teria sentido você tratar nenhum animal, nem aqui nem no resto do mundo. Mas o animal tratado consegue tranquilamente não oferecer risco para um ser humano. Você diminui a carga parasitária, você diminui a parasitemia, e você diminui o número de parasitos presentes na pele, que é o que vai realmente oferecer risco para o ser humano.”

Com a idéia de mudar esse conceito sobre a melhor forma de controlar a leishmaniose visceral canina, o deputado Geraldo Resende, do PMDB do Mato Grosso do Sul, apresentou um projeto que retira a obrigatoriedade da eutanásia dos cães soropositivos, permitindo que, se desejarem, os donos possam tratar seus animais. O parlamentar explica os fatores que contribuíram para a apresentação da proposta:

“Verificamos que a eutanásia dos animais, além de dolorosa para os proprietários, não é eficaz. Além disso, obtivemos a informação de que a leishmaniose animal, embora não tenha cura, é tratável e que, em vários países, isso ocorre. Procuramos o Ministério da Saúde, verificamos que não existe uma política de prevenção, de vacinação, como existe na raiva animal, e que a orientação que o Ministério dá às secretarias estaduais e municipais de saúde é para o sacrifício desses animais. Diante disso, decidimos então apresentar o projeto.”

Geraldo Resende explica ainda os principais objetivos do projeto de lei.

“Queremos instituir uma política nacional de vacinação contra a leishmaniose animal, a exemplo da raiva animal, que o Brasil conseguiu erradicar, graças à política de prevenção adotada. Além disso, o projeto prevê que os cães infectados possam ser tratados nas clínicas veterinárias. Hoje, quando o cão é diagnosticado soropositivo, o veterinário é proibido de fazer o tratamento, devendo notificar a secretaria de saúde, para que o animal seja sacrificado, o que, para nós, é uma medida muito radical.”

Nesse embate de idéias sobre o controle da leishmaniose, duas questões são muito importantes: a primeira é de que a opinião a favor da eutanásia dos cães infectados não é unânime. A segunda é que, de acordo com o próprio Ministério da Saúde, a leishmaniose vem avançando e atingindo cada vez mais regiões do país. É de se perguntar se os milhares de cães sacrificados todos os anos no Brasil não estão morrendo em vão.

De Brasília, Edson Junior.


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