O que é a Leishmaniose

O calazar é a segunda doença parasitária que mais mata no mundo – apenas a malária é mais mortal. Assim como a doença de Chagas e a doença do sono, o calazar é uma das mais perigosas doenças tropicais negligenciadas (DTNs).

Com a ajuda de nossos doadores, nós tratamos mais de 100 mil pessoas com a doença desde 1988.

O calazar é endêmico em 47 países e aproximadamente 200 milhões de pessoas correm o risco de serem infectadas.

O parasita chega aos humanos pela da mordida de mosquitos-palha fêmeas infectados. Ele ataca o sistema imunológico e quase sempre é fatal se não tratado.

Há entre 200 e 400 mil novos casos a cada ano, sendo que cerca de 90% acontecem na Índia, em Bangladesh, no Nepal, no Sudão e no Brasil.

O que causa o calazar?
O calazar é causado por picadas do mosquito-palha phlebotomina, vetor que transmite o parasite leishmania. Os mosquitos se alimentam de sangue de animais e de humanos para desenvolver seus ovos.

Se o sangue contendo parasitas leishmania for sugado de um animal ou de um humano, a próxima pessoa que for picada também será infectada e desenvolverá a leishmaniose.

Meses após a infecção inicial, a doença pode evoluir para uma forma mais grave, chamada leishmaniose visceral ou calazar.

Sintomas do calazar
Inicialmente, parasitas leishmania causam feridas no local da picada do mosquito-palha. Se a doença progredir, ela ataca o sistema imunológico.

O calazar se manifesta de dois a oito meses após a infecção com sintomas mais generalizados, incluindo febre prolongada e fraqueza.

Diagnosticando o calazar
Os testes mais efetivos para diagnóstico de leishmaniose são invasivos e potencialmente perigosos, pois demandam amostras de tecido, gânglios linfáticos ou da medula espinhal. Esses testes requerem instalações laboratoriais e especialistas que não estão disponíveis imediatamente em áreas endêmicas e com poucos recursos.

O método mais comum para diagnosticar o calazar é por meio do teste da tira reagente. Entretanto, esse método é muito problemático. Em áreas endêmicas, pessoas podem ser infectadas pelo calazar, mas podem não desenvolver a doença. Assim, nenhum tratamento será demandado.

Infelizmente, o teste da tira reagente detecta apenas se o paciente é imune ao calazar. Então, se o parasita estiver presente, o teste vai apontar que a pessoa tem a doença. Por isso, não pode ser usado para verificar se o paciente está curado, se foi reinfectado ou se teve uma recaída.

Tratando o calazar
Existem diferentes opções de tratamento para o calazar, com efetividade e efeitos colaterais variados. Antimônios pentavalentes são, normalmente, o grupo de medicamentos de primeira linha, administrados como tratamentos de 30 dias de injeções intramusculares.

Enquanto antimônios são bastante tóxicos e representam um risco aos pacientes que recebem o tratamento, aqueles que são curados do calazar quase sempre desenvolvem imunidade vitalícia. Pesquisadores esperam identificar formas de simplificar os regimes de tratamento, melhorar a segurança e reduzir o risco de resistência a medicamentos.

Desde 1989, MSF tratou cerca de 100 mil pacientes com calazar. MSF também está em campanha para que mais pesquisas sobre técnicas de diagnóstico adequadas e medicamentos com preços acessíveis sejam desenvolvidos para tratar essa doença negligenciada.

Em 2012, MSF tratou 5.860 pessoas com calazar.

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” João 8:32

Panfleto Marli Conscientização Leishmaniose frt

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